“Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão” cantava o general Augusto Heleno, agora o centrão tem até planilha para organizar o toma lá dá cá
Bolsonaro libera R$ 3 bilhões para parlamentares em meio à disputa pela presidência da Câmara e do Senado. Entramos com representação no TCU e MPF para investigar a compra de votos. 250 deputados e 35 senadores constam da planilha da Secretaria de Governo, chefiada pelo general Luiz Eduardo Ramos, como destinatários de recursos para obras […]
29 de janeiro de 2021
Bolsonaro libera R$ 3 bilhões para parlamentares em meio à disputa pela presidência da Câmara e do Senado. Entramos com representação no TCU e MPF para investigar a compra de votos.
250 deputados e 35 senadores constam da planilha da Secretaria de Governo, chefiada pelo general Luiz Eduardo Ramos, como destinatários de recursos para obras em seus redutos eleitorais. Segundo o Estado de S. Paulo, o montante soma R$ 3 bilhões e abastece os parlamentares com recursos “extras”, para além das emendas regulares.
Esses recursos são destinados diretamente a prefeitos indicados por deputados ou senadores sem que as quantias fiquem diretamente atreladas ao parlamentar que solicitou a transferência.
125 dos 208 deputado federais que declararam apoio a Arthur Lira (Progressistas-AL) para a presidência da Câmara e 22 dos 33 senadores que assumiram publicamente apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) aparecem na planilha de Ramos.
Nós, do PSOL, protocolamos ontem representação no TCU e no MPF com base nessa matéria do Estadão, para que seja investigado a compra de votos por Bolsonaro no Congresso.
Essa planilha pode ser chamada também de planilha do centrão, é uma forma mais organizada de fazer o famoso toma lá dá cá, para quem tinha alguma ilusão que a mamata iria acabar ou que teríamos uma nova política, são os velhos esquemas que dão a linha. Temos um governo cada vez mais fraco, ameaçado pelo impeachment, com uma gestão desastrosa e criminosa em relação a pandemia e com perda de apoio popular, e um centrão cada vez mais fortalecido, com acesso direto à máquina do Estado com verbas e cargos, o resultado disso, todos já sabem onde vai dar, basta esperar.
Não que Bolsonaro seja algum exemplo de probidade, pelo contrário, sua trajetória de rachadinhas e funcionários fantasmas deixa claro o quão corrupto ele é, mas perto de alguns do centrão, é quase um ladrão de galinha. Um governo enfraquecido, aliado ao apetite voraz de quem está acostumado a saquear as contas públicas só pode resultar numa coisa, mais corrupção.