Petroleiros em greve e a defesa dos interesses nacionais
A greve dos petroleiros avança. A crescente adesão dos trabalhadores nas refinarias pelo Brasil permitiu resistir à pressão inicial exercida pela Petrobrás, o governo e o poder judiciário e, ao mesmo tempo, conquistar a solidariedade de várias outras categorias de trabalhadores e da sociedade. O poder judiciário tem sido um algoz beligerante contra os trabalhadores, […]
18 de fevereiro de 2020
A greve dos petroleiros avança. A crescente adesão dos trabalhadores nas refinarias pelo Brasil permitiu resistir à pressão inicial exercida pela Petrobrás, o governo e o poder judiciário e, ao mesmo tempo, conquistar a solidariedade de várias outras categorias de trabalhadores e da sociedade.
O poder judiciário tem sido um algoz beligerante contra os trabalhadores, especialmente o TST com o juiz Ives Gandra. O boletim da Federação dos petroleiros faz uma grave denúncia: “Em mais uma decisão monocrática, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, decretou a ilegalidade da greve dos petroleiros. (…) Na greve de novembro do ano passado, quando o ministro Ives Gandra decidiu isoladamente definir como ilegal a greve dos petroleiros, ele foi derrotado por seus pares na Seção de Dissídio Coletivo (SDC) do TST.” Isso se chama perseguição e desrespeito ao direito de greve.
Mas há também um silencio sepulcral da grande mídia em relação ao movimento. Como as poucas famílias que comandam os principais meios de comunicação brasileiros são neoliberais e privatistas, a omissão se explica pelos interesses ideológicos. Cai por terra a máscara de isenção que alguns ainda insistem em representar.
Para além do judiciário e da grande mídia, os petroleiros também enfrentam o projeto entreguista de desmonte do Estado do presidente Bolsonaro.
Ela se reveste de grande importância no enfrentamento da política econômica, que precariza o trabalho, retira direitos e reduz o poder de compra dos trabalhadores em geral e dos petroleiros em específico.
Os petroleiros sabem que o movimento simboliza uma resistência organizada contra a política de desnacionalização colocada em marcha pelo preconceituoso e ególatra ministro da economia Paulo Guedes.
O programa de desestatização em curso repassa ativos nacionais para empresas privadas ávidas por abocanhar mercados cativos e condições especiais de aquisição. A ladainha de sempre sustenta o discurso: ineficiência, corrupção etc. Paulo Guedes reproduz a velha e desbotada cartilha do neoliberalismo dos Chicago Boys, que destruiu nações e concentrou renda e patrimônio nas mãos de poucos. O Chile está aí para provar.
Além disso, as privatizações reduzem a capacidade do estado em fomentar o crescimento econômico a partir dos interesses estratégicos da nação brasileira. Falta um projeto que aponte para os interesses nacionais e não direcione recursos para o mercado e o capital internacional. Há décadas que privatizamos e as taxas de crescimento econômico são decepcionantes, a geração de empregos muito aquém das necessidades e o poder de compra dos trabalhadores em queda.
Os petroleiros lideram uma luta essencial em defesa da produção nacional, das estatais brasileiras e, principalmente, de um projeto de construção da nação brasileira. Merecem todo nosso apoio e solidariedade.
Muito obrigado.