Em entrevista à rede de TV estadunidense Fox News, Jair Bolsonaro afirmou que “acreditaria naqueles que criticam o muro [de Donald Trump na fronteira com o México] se eles removessem os muros e as portas de suas próprias
casas e com isso permitam que todos entrem. A ampla maioria dos potenciais imigrantes não têm boas intenções”. Poucos dias antes, Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) e filho do presidente, declarou que imigrantes brasileiros “ilegais” no exterior são uma vergonha e anunciou seu desejo de criar uma subcomissão para fortalecer as fronteiras brasileiras.

As declarações do presidente e seu filho coincidem com a publicação do Decreto presidencial nº 9.731 que dispensa a necessidade de visto de turismo para nacionais da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos da América e do Japão, revelando a flagrante xenofobia e subserviência da política externa brasileira, que considera imigrantes latino-americanos como ameaças e endossa a criminalização das migrações e apoia um projeto racista de um presidente
estrangeiro, enquanto abre mão do princípio da reciprocidade, fundamental ao Direito Internacional Público e previsto na Constituição Federal, para favorecer determinados países.