Sociedade armada é sociedade violenta
O Decreto nº 9.685/2019, ao flexibilizar e revogar obliquamente exigências expressas do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), afigura-se como um inadmissível retrocesso nas políticas públicas de controle de armas de fogo e do seu uso. Ao facilitar amplamente a posse, registro e comercialização dessas armas, tenderá a agravar ainda mais o quadro de violência […]
27 de março de 2019
O Decreto nº 9.685/2019, ao flexibilizar e revogar obliquamente exigências expressas do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), afigura-se como um inadmissível retrocesso nas políticas públicas de controle de armas de
fogo e do seu uso. Ao facilitar amplamente a posse, registro e comercialização dessas armas, tenderá a agravar ainda mais o quadro de violência que assola o país. É tanto que, segundo recente pesquisa Datafolha, a maioria dos brasileiros é contrária à ampliação da posse de armas. A pesquisa apontou que 61% dos brasileiros consideram que a posse de armas de fogo deve ser proibida, por representar ameaça à vida de outras pessoas. Entre mulheres e os mais pobres – que sofrem mais com a violência -, o apoio à proibição é ainda mais alto.