Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Nós reconhecemos os esforços do governo federal em consertar o projeto de reforma do ensino médio, recuperando de 2.100 para 2.400 horas as disciplinas de formação geral básica e reduzindo os famigerados “itinerários formativos”, mas, infelizmente, o projeto seguiu muito ruim e o PSOL votou contra sua aprovação.

O que queremos é um Ensino Médio que cumpra as orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), disponibilizando às e aos estudantes brasileiros uma formação humana e uma introdução ao mundo do trabalho. “Ensinar” as pessoas a bordar ou a fazer brigadeiro gourmet (sem demérito nenhum às pessoas que se dedicam a estas atividades profissionais), não cumpre com estas diretrizes, e alija as pessoas de uma educação para a emancipação.

O projeto aprovado também recrudesce a distância de formação entre estudantes de escolas públicas e privadas, ou alguém tem dúvidas que as e os alunos e alunas da rede privada vão seguir tendo 3.000 ou mais horas das disciplinas da formação geral básica? Alguém realmente acredita que as e os estudantes das escolas privadas vão passar horas aprendendo a fazer brigadeiros, bordados ou origamis?

Era preciso mudar o Ensino Médio e resolver os problemas de evasão e acesso? Sim, e esse é um debate que se originou no seio das escolas e dos movimentos de educação. Mas o debate foi atropelado pelas fundações bilionárias, que querem botar as mãos na educação pública, a fim de alijar completamente os de baixo do acesso aos bens culturais e educacionais que têm os de cima!

O PSOL não poderia coadunar com esse retrocesso e por isso votamos contra esse projeto!