Quem não respeita o Carnaval bom sujeito não é

O Brasil é multifacetado! E é Carnaval, sim!

13 de fevereiro de 2024

 

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

É óbvio que não se pode obrigar ninguém a se divertir, a alegria não pode ser uma imposição. Nem todo mundo se anima a frequentar bloquinhos, a se fantasiar, remexer quadris e entoar marchinhas em meio à multidão. O que não faz nenhum sentido é se enfezar com a nossa festa mais popular e mais democrática, aquela que com maior esplendor afirma nossa brasilidade e mais fascina os olhares do mundo.

Não somos, nunca fomos e jamais seremos tão-somente o país do carnaval. O Brasil é multifacetado! É uma das dez maiores potências econômicas do planeta; é o maior país da América do Sul e um dos territórios que abriga a Amazônia, hoje sendo protegida pelo governo, depois do ataque brutal sofrido nos anos sombrios do presidente anterior; um país em reconstrução que, hoje, não se agacha ao imperialismo; um exemplo no combate à fome; um modelo mundial na campanha de vacinação, apesar dos negacionistas; lar de uma infinidade de etnias e heranças culturais, não sem conflito; terra natal de impressionantes intelectuais, artistas e cientistas de altíssimo reconhecimento internacional. Somos tudo isso e muito mais, e nenhuma de nossas qualidades exige que se recalque o carnaval. Não há nem pode haver qualquer contraposição entre o que  apresentamos de mais avançado e nossa maior celebração popular. 

Felizmente temos agora um presidente que respeita nossas expressões culturais mais diversas, reconhecendo a riqueza das contribuições dos negros e negras, indígenas, nordestinos e nordestinas, LGBTs, de todas as regiões e de todos os povos que em nosso vasto território interagem. Talvez não seja exagero apontar que outros líderes, ao mesmo tempo tirânicos e colonizados, vendem a noção de que seríamos “mais civilizados” caso lográssemos sufocar legítimos anseios do povo, caso pudéssemos “embranquecer” mais as nossas expressões culturais. 

Nem todo mundo precisa ter as mesmas preferências musicais, estéticas, mas o Carnaval é para se respeitar (e brincar!). Se na sua origem é festa pagã tolerada pela própria igreja, de pouco valem os juízos moralistas.  O Carnaval vai muito além da festa. É catarse e também consciência. É a afirmação de quem sofre e a experiência de uma coletividade vibrante. É a multiplicação de desejos com a beleza das diversidades. Sobrevive, nos poucos dias de batuque, suor, fantasias, sorrisos e cores, a promessa de um país mais inclusivo, orgulhoso e amigável. Que o povo seja cada vez mais feliz, neste e nos próximos carnavais! 

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