Pela derrubada do veto à regulamentação da profissão de historiador!

Como parte de seu projeto autoritário de poder, Bolsonaro falseia a história. Busca certa revisão para justificar uma visão de mundo obscurantista, preconceituosa e elitista.

Publicamente, Bolsonaro apoia a ditadura militar, período mais tenebroso do século XX. Afirmou que “portugueses nunca pisaram na África” e que “os próprios africanos entregavam os escravos”.

A maneira como Jair Bolsonaro trata a questão indígena também explicita ignorância em escala galática, ao supor que a população originária desse território precisa ser incorporada a essa “nossa” civilização, que, por sinal, está em estado avançado de falência.

Essas são as razões que explicam o veto de Bolsonaro ao projeto SDC 3/2015 de Paulo Paim, aprovado por consenso no Senado, no dia 18 de fevereiro.

O ofício do historiador – uma das profissões mais antigas do mundo – não está regulamentado. Essa regulamentação é importante, pois o ofício demanda conhecimento para o seu exercício. Seja em sala de aula, nos museus, em assessorias técnicas, dentre outros espaços.

Não se trata, como toscamente argumenta Bolsonaro, de cercear a liberdade de expressão. Qualquer pessoa pode escrever ou se pronunciar sobre o que bem entender. Sem embargo, assim como a medicina ou a engenharia pressupõem método e critério de pesquisa e reflexão, a história tem as suas diretrizes.

Bolsonaro quer uma escola inerte intelectualmente. Uma sociedade sem pensamento crítico. Ele tem medo da história. Nós não temos. Queremos regulamentar a profissão e derrubar o veto.

Quem teme, desconhece ou oculta o passado só tem a oferecer um mar sombrio da ignorância autoritária.