Petroleiros em greve e a defesa da Petrobrás

Os petroleiros estão em greve desde o dia 1º de fevereiro e não faltam motivos para a deflagração do movimento: terceirizações, precarização dos contratos de trabalho, demissões, privatizações, desprezo às reivindicações da categoria e ausência de negociações pela empresa, são alguns dos fatores que impulsionaram a mobilização A greve foi inevitável, ainda mais com a […]

05 de fevereiro de 2020

Os petroleiros estão em greve desde o dia 1º de fevereiro e não faltam motivos para a deflagração do movimento: terceirizações, precarização dos contratos de trabalho, demissões, privatizações, desprezo às reivindicações da categoria e ausência de negociações pela empresa, são alguns dos fatores que impulsionaram a mobilização

A greve foi inevitável, ainda mais com a espada da privatização e do desemprego apontada para os trabalhadores.

O plano de Bolsonaro prevê o protagonismo de Paulo Guedes no comando deste processo, transferindo para o Ministério da Economia a responsabilidade das privatizações.

Na disputa de poder no governo Onyx Lorenzoni perdeu o controle do  Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) – pasta que comanda as privatizações – que passou a ser coordenada pelo Ministério da Economia de Paulo Guedes.

O plano é ambicioso e prevê a transferência para a iniciativa privada de 115 ativos público, dos quais 64 ainda em 2020. O pacote contempla 6 estatais, e o leilão da banda larga 5G, e inclui ainda os transportes (aeroportos, ferrovias e rodovias).

É o desmonte do Estado andando a passos acelerados. DataPrev, Correios, Casa da Moeda, enfim, a lista é grande e as consequências serão profundas para a sociedade brasileira.

A greve da categoria dos Petroleiros é uma resistência importante a esta política suicida para o parque industrial nacional e para o Brasil como um todo, pois a empresa tem grande importância para as mais variadas cadeias produtivas do Brasil.

Os dados mostram que o PIB industrial brasileiro sofreu uma queda em 2019, conforme aponta o IBGE: “No índice acumulado do ano, a atividade industrial recuou 1,1% frente a igual período de 2018, interrompendo, dessa forma, dois anos consecutivos de crescimento: 2017 (2,5%) e 2018 (1,0%).”

Pelo seu peso na economia e a variedade dos produtos gerados a Petrobrás é um fator de potencialização da produção industrial, vital para a retomada do crescimento econômico.

O movimento grevista é, portanto, mais do que a defesa de interesses corporativos. É a valorização de um importante ativo nacional, essencial num projeto de nação.

No dia 2 de fevereiro o TST acatou pedido de liminar da Petrobrás e desferiu um forte golpe contra os trabalhadores e os sindicatos representantes.

“A FUP e seus sindicatos orientam a categoria petroleira a dar continuidade à greve iniciada no dia primeiro de fevereiro. As assessorias jurídicas das entidades estão avaliando a decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, que concedeu liminar favorável à Petrobrás, nesta terça-feira (02).

Apesar de não declarar a abusividade do movimento, o ministro estabeleceu condições bastante severas para a manutenção da greve. Ele determinou que 90% dos efetivos operacionais sejam mantidos durante a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 500 mil para a FUP e os sindicatos do Norte Fluminense, Bahia e Espírito Santo e de R$ 250 mil para os demais sindicatos.”

A decisão fere o direito de greve pois exige ainda a volta ao trabalho de 90% da categoria e as multas são absurdas.

Não podemos compactuar com o desmantelamento do Estado brasileiro levado à frente por Bolsonaro e Guedes. Todo apoio ao movimento. A Petrobrás é nossa.

Muito obrigado,

Ivan Valente

Deputado Federal PSOL SP

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