Escolas militares representam retrocesso na educação brasileira
Não é segredo para ninguém a situação de precariedade enfrentada por um grande número de escolas públicas do ensino básico no Brasil – escolas que em alguns casos carecem até de condições adequadas de salubridade. Tampouco se ignoram os casos de violência entre alunos, e de alunos contra professores, um dos reflexos lamentáveis da precariedade […]
01 de outubro de 2019
Não é segredo para ninguém a situação de precariedade enfrentada por um grande número de escolas públicas do ensino básico no Brasil – escolas que em alguns casos carecem até de condições adequadas de salubridade. Tampouco se ignoram os casos de violência entre alunos, e de alunos contra professores, um dos reflexos lamentáveis da precariedade circundante. Sem dúvida, esses problemas conexos – precariedade e violência – precisam ser enfrentados com políticas públicas efetivas e duradouras, baseadas em diagnósticos precisos, em caráter de prioridade.
Ora, este não parece ser o caso da militarização do ensino público, que se propaga como uma onda (de 2013 a 2018, o número de escolas estaduais geridas pelas polícias militares cresceu 212%), sem que se conheçam evidências do impacto da militarização na qualidade do ensino público, ou que se explique, seja a pertinência, seja a legalidade de empregar militares da ativa ou da reserva, das Forças Armadas ou das forças auxiliares dos Estados e do Distrito Federal, no desempenho de funções de gestão educacional absolutamente estranhas a sua área de formação e atuação.