14 de junho: Greve Geral
Diante da imensa crise política, econômica e moral que o país vive, a única saída real é a participação popular. O povo brasileiro precisa ser chamado para decidir. Isso é o que se planeja com a próxima greve geral, marcada para essa sexta-feira, dia 14. A classe trabalhadora organizada, ao lado dos estudantes, dos movimentos […]
12 de junho de 2019
Diante da imensa crise política, econômica e moral que o país vive, a única saída real é a participação popular. O povo brasileiro precisa ser chamado para decidir. Isso é o que se planeja com a próxima greve geral, marcada para essa sexta-feira, dia 14. A classe trabalhadora organizada, ao lado dos estudantes, dos movimentos sociais e dos defensores da cidadania vão cruzar os braços e parar avenidas para defender a previdência pública, os direitos e a democracia.
O governo Bolsonaro opera um verdadeiro desmonte do Estado brasileiro. A orientação de Paulo Guedes é privatizar tudo. Entregar as reservas de petróleo, as principais empresas públicas, a soberania ambiental, o complexo industrial brasileiro. Do ponto de vista dos direitos, liquidação. Os cortes nos gastos discricionários, na ordem de 30 bilhões de reais, colocam em xeque o funcionamento dos serviços públicos essenciais. Os cortes na educação, por volta de 5,8 bilhões, são a principal expressão do total descaso. Em nome dos interesses do setor financeiro, os mais pobres são os atacados.
A reforma da previdência, na prática, acaba com a previdência pública. O planejado pela equipe econômica do governo é economizar 1,2 trilhão em cima da população mais vulnerável, ou seja, aquela assegurada pelo INSS, e que recebe em média 1,4 mil reais de salário. Embora todo o receituário neoliberal esteja sendo aplicado, a economia não dá sinais nenhum de recuperação. Alguns economistas apontam que o crescimento este ano pode ser nulo.
Como se não bastassem o cenário econômico lamentável e a retirada brutal de direitos, a crise política e moral do governo aumenta a cada dia. Milicianos, esquemas de candidaturas laranjas, compra de votos para a aprovação da reforma da previdência dão uma noção parcial do quadro que configura a verdadeira velha política de Bolsonaro. Nessa semana, uma bomba caiu sob o falso paladino da Justiça, Sergio Moro. O Intercept Brasil revelou que o ex-juiz atuou totalmente por fora de lei durante a operação Lava Jato, atuando em parceria com o Ministério Público, algo que arrasa o princípio da isenção da magistratura. Moro colocou suas preferências políticas acima do equilíbrio exigido ao Judiciário. Cometeu ilegalidades e imoralidades. Estamos exigindo apuração de todas as violações.
O Brasil está ao avesso. Não por outra razão, estudantes e educadores tomaram as ruas nos últimos dias 15 e 30 contra os cortes na educação. Milhares de jovens marcharam, no dia 01, em defesa da liberdade e contra a guerra às drogas, na Macha da Maconha. Há um caldo intenso de mobilização. Vários movimentos confluíram para parar o país na sexta-feira, 14, com a classe trabalhadora à frente.
Professores, trabalhadores da saúde, metalúrgicos, eletricitários, trabalhadores dos transportes, químicos, petroleiros, trabalhadores do campo, funcionários públicos e as frentes de movimentos sociais Povo Sem Medo e Brasil Popular anunciaram a adesão e construção da greve geral. Muito importante destacar a participação dos setores dos transportes, como condutores e metroviários. A Fundação Perseu Abramo, em levantamento, concluiu que 70% dos caminhoneiros estão dispostos a parar.
Desde já, reafirmamos nosso total compromisso com a greve geral. O povo brasileiro não pode aceitar tanto escárnio produzido por Bolsonaro e seu clã. Chegou a hora da democracia participativa e direta. O Congresso Nacional e o Executivo têm o dever de ouvir as vozes das ruas. Será histórico. Dia 14, todas e todos à greve geral!
Ivan Valente
Deputado Federal PSOL SP