15M: tomar as ruas em defesa da previdência pública, da ciência e da educação!

Povo nas ruas empareda Bolsonaro

A insatisfação com o governo Bolsonaro tornou-se geral. Ao lado do comportamento agressivo e escatológico do grupo presidencial, a política de destruição dos direitos sociais explica a tremenda insatisfação. Recentemente, o Ministério da Educação foi afetado com o corte de 5,8 bilhões de reais, em razão de decreto do presidente. Alega-se a responsabilidade com o […]

14 de maio de 2019

A insatisfação com o governo Bolsonaro tornou-se geral. Ao lado do comportamento agressivo e escatológico do grupo presidencial, a política de destruição dos direitos sociais explica a tremenda insatisfação. Recentemente, o Ministério da Educação foi afetado com o corte de 5,8 bilhões de reais, em razão de decreto do presidente. Alega-se a responsabilidade com o pagamento da dívida pública – leia-se transferência indevida do dinheiro da população aos banqueiros – deixando à revelia a responsabilidade com o povo brasileiro e o futuro do país. 

A educação, que há anos vem de mal a pior, está à beira do colapso. Os cortes afetaram do ensino básico ao superior, a despeito da “cruzada” ideológica de Abraham Weintraub contra as universidades. Estas, aliás, podem ter as suas atividades paralisadas com o corte de 30% do orçamento. Weintraub tentou se explicar com chocolates ao lado de Bolsonaro. Alegou que não se trata de cortes, mas de congelamento para que em algum dia, quando a economia melhorar, “descongelar” o dinheiro. A explicação, patética, não se sustenta. Os cortes afetam diretamente a produção científica no Brasil. A economia, por sua vez, não dá sinais de recuperação. Muito ao contrário, quanto mais este governo retira direitos e desmonta o Estado, mais longe ficaremos da recuperação econômica. 

A situação da ciência é semelhante. A navalha acertou o Ministério da Ciência e da Tecnologia. O CNPq e a CAPES, agências de fomento, estão estranguladas. A CAPES anunciou que não terá verbas para conceder novas bolsas de pesquisa. Estamos assistindo a produção de conhecimento em todas as áreas ir para o vale da ignorância, aonde se formou Jair Bolsonaro.

O prato principal, tendo em vista o cardápio de maldades, continua sendo a destruição da previdência pública. Professoras e professores serão acertados em cheio, de acordo com o plano de Paulo Guedes. Acabarão forçados a trabalhar até 65 anos de idade e a contribuir por 40 anos com o INSS. 

Todo esse quadro justifica ir para as ruas. No começo, as entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, chamaram a manifestação para defender a aposentadoria. Com o anúncio dos cortes, estudantes secundaristas e universitários, professores de todos os níveis de ensino e toda opinião pública interessada em defender a educação passaram a construir a mobilização.

Trata-se do primeiro grande ato contra o governo Bolsonaro. Todos os estados da federação estão envolvidos. Os Institutos Federais, as Universidades Federais, as Universidades Estaduais, as escolas estaduais e municipais… a articulação está imensa.

Apoiamos essa luta com todas as nossas forças. Se Bolsonaro prefere o autoritarismo, estudantes, professores e pesquisadores darão aula de democracia. Nenhum país se constrói sem investimento em ciência e educação, sem garantir condições de vida aos educadores. Essa lição será o tema da manifestação desse #15M!

Ivan Valente

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