PSDB sabota CPI do Paulo Preto!

O PSDB de João Doria protagonizou um verdadeiro escárnio na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tudo começou na sexta-feira da semana passada, 15, quando os deputados da legislatura atual tomaram posse. Os novos deputados sabiam, e o governo Doria também, que a partir de segunda-feira, 18, seria aberto o momento de protocolar pedidos de CPIs […]

19 de março de 2019

O PSDB de João Doria protagonizou um verdadeiro escárnio na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tudo começou na sexta-feira da semana passada, 15, quando os deputados da legislatura atual tomaram posse. Os novos deputados sabiam, e o governo Doria também, que a partir de segunda-feira, 18, seria aberto o momento de protocolar pedidos de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito).

O líder do governo na Casa, Carlão Pignatari, colocou assessores do PSDB na fila do protocolo desde sexta-feira à noite, mais exatamente a partir das 19 horas. Os assessores ficaram 63 horas na fila para garantir que os tucanos fossem os primeiros a apresentar os seus pedidos de CPIs. Eles apresentaram onze pedidos, incluindo alguns de outros partidos.

Por que fizeram isso? Pelo funcionamento da Alesp, somente cinco CPIs podem existir simultaneamente na Casa. Para evitar a investigação do caso da Dersa que envolve o operador de vários esquemas de corrupção do PSDB, Paulo Preto, os tucanos fizeram de tudo para serem os primeiros da fila.

A manobra é simplesmente inacreditável. É evidente que a Alesp, órgão cuja responsabilidade é, dentre outras, fiscalizar o Executivo, deve avançar nas investigações. Paulo Preto foi diretor da Dersa. Contra ele chove denúncias de superfaturamento, desvios e recebimento de propinas, no contexto de obras viárias. Paulo Preto, segundo a Lava Jato, é operador antigo do PSDB. Cabia a ele negociar propinas com empreiteiras, que faziam pagamentos irregulares na forma de doação para campanha eleitoral. Preto administrava contas no exterior no valor de 130 milhões de reais, segundo o Ministério Público. Por essas razões, o tucano foi condenado a 27 anos de prisão. Ele chegou à Dersa por indicação de Aloysio Nunes Ferreira e foi nomeado por José Serra. Logo, era um homem da cúpula do PSDB.

Com medo de que o partido pudesse ser afetado com mais investigações, os tucanos simplesmente impediram que a CPI da Dersa fosse posta em prática. A manobra foi tão escrachada que o deputado Bruno Ganem (Pode), que queria investigar maus tratos com animais, quando foi protocolar o seu pedido, descobriu que o PSDB já havia feito em seu nome! Os tucanos priorizaram temas como táxi aéreo em detrimento de investigar a corrupção crônica na Dersa.

Desde 1995, o PSDB dirige o governo de São Paulo. Não é novidade para ninguém que sempre houve uma blindagem indecente contra denúncias que poderiam afetar seus interesses. Podemos lembrar aqui do escândalo do cartel no metrô. Até hoje nenhum membro importante foi envolvido no caso.

Chama atenção o desespero do governo Doria em impedir que se investigue a Dersa. Dessa vez, a pizza foi na cara dura! A velha política segue como marca dos tucanos, assim como o envolvimento do partido em esquemas corruptos. A bancada do PSOL seguirá pressionando para que os esquemas de Paulo Preto e dos tucanos sejam investigados pra valer. Doa a quem doer!

Deputado Ivan Valente – PSOL/SP

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